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Em minha jornada pelo mundo do Yoga e do Ayurveda, um dos “cliques” mais importantes que tive foi entender a relação dos indianos com seus múltiplos “deuses”.

Na escola, em minha família, o que sempre ouvi foi que tanto os indianos, quanto os egípcios eram politeístas, ou seja, que eles acreditavam em muitos Deuses.

Isso foi o que ouvi, mas o que experienciei foi bem diferente.

Tanto os indianos, quanto os egípcios (como fui descobrir mais tarde assistindo ao documentário “o olho de Hórus”) acreditam em um só Deus.

Um só criador, uma só força soberana, aquilo que não tem forma e é absoluto, que cria, sustenta e transforma o universo que sentimos e experienciamos.

E esse criador soberano, que não tem forma, é representado por diversas divindades, as quais eles rezam, cantam mantras, desenham e louvam.

As divindades tem forma para que a mente humana tenha maior facilidade de entender as caraterísticas e virtudes divinas.

Durante a minha formação intensiva em Yoga, ao cantar mantras para as divindades 4 horas por dia, comecei a não só entender intelectualmente a relação com essas diversas “divindades”, mas a integrar esse conhecimento em corpo, mente e alma.

Calma, se está complexo, logo simplifica.

Vou dar o exemplo de Ganesha, a divindade com forma de elefante que provavelmente você já deve ter visto em algum lugar.

Ganesha é a divindade que representa a remoção de obstáculos da jornada de evolução espiritual, proporcionador do sucesso e da fartura.

Quem canta mantras a Ganesha se lembra da força divina de perseverança e garra, para que a guerra contra os obstáculos da jornada seja mais serena.

Isso não quer dizer que Ganesha é o criador, Deus supremo.

A oração à Ganesha é para lembrar dessa virtude da força, da execução, da perseverança, de encarar obstáculos de frente.

E tudo isso fica mais fácil quando essa divindade tem cara de elefante, não é mesmo?

Quer ver como fica fácil?

Vem comigo, imagine agora 1 desafio que você esteja passando.

……
….
..
.

Pronto?
Vamos meu, imagina! Sem ter pressa pra ler….

……
….
..
.

Pronto? 😉

Agora, com esse desafio em mente, imagine a força de um elefante passando a todo galope atropelando os obstáculos para que você possa realizar o que precisa em sua jornada.

Entendeu o motivo da cara de elefante?

Brilhante! Isso sim que é hackear a mente, coisa que os yogis sabem há milhares de anos.

Outra divindade, que merece um destaque especial pois carrega o título da sextaFilosofal de hoje, é Shiva.

Shiva é a divindade da destruição, da transformação.

De acordo com a doutrina hindu, o deus Shiva pertence à Trindade chamada de Trimûrti, formada por:

• Brahma, o deus da criação;
• Vishnu, o deus da preservação e conservação;
• e Shiva, o deus da “destruição e regeneração”.

Fazendo comparação com a Santíssima Trindade no catolicismo, por exemplo,
Brahma seria o “Pai”,
Vishnu o “Filho”,
• e Shiva o equivalente ao “Espírito Santo”.

Shiva também é considerado o criador do Yoga, devido ao seu poder de gerar transformações físicas, mentais, emocionais e espirituais, em quem pratica a atividade.

Ele é ilustrado como um mahadeva (maha, que significa grande, e deva, divindade) a grande divindade.

Shiva permanece grande parte de seu tempo sentado na posição de lótus, meditando nas montanhas.

Sua figura representa alguém forte, musculoso, impassível, em constante comunhão com o divino.

É ilustrado com o semblante relaxado, sereno, mostrando alguém que realizou a paz interior e transborda amor.

Uma vez que Shiva pressente que algo não está bom no mundo externo, ele levanta-se de sua postura meditativa e começa a sua dança.

Enquanto dança, Shiva tem o nome de Shiva Naṭarāja (Nataraja, em sânscrito, significa o “rei da dança”).

E é dançando que acontece a destruição e transformação.

A cada instante de sua dança, Shiva permanece absorto em seu mundo interior, conectado com o divino, continuando a exercer a mesma equanimidade e centramento que praticou em sua postura meditativa.

Essa atitude representa a ação correta que precisa ser feita no mundo.

Nas últimas semanas, observei com atenção as ilustrações de Shiva, e tentei conectar com essa força divina que ele representa.

Sinto que esse simples gesto, de trazer à mente as caraterísticas de Shiva, me fez alcançar grande desenvolvimento físico, mental e espiritual.

Me ensinou a, antes de qualquer atividade que for realizar, primeiro observar, parar, respirar, relaxar.

Conectar corpo e mente com a minha alma.

Deixar meu sistema equânime e conectado através de minhas práticas de meditação e Yoga.

Conectado, ai sim eu atuo no mundo.

Uma ação assertiva, com o uso correto de energia. Sem desprender mais ou menos energia do que necessário.

E… claro… aprendi a atuar no mundo dançando!

Afinal, tem que ser divertido, tem que ser leve, tem que ser fluido.

Dançar com a vida significa observar a constante criação, preservação e destruição do mundo ao meu redor, sem me identificar com ele, mas absorto na consciência divina.

Dei mais um passo no aprendizado de atuar no mundo, sem pertencer a ele.

Seguimos viajando… com atitude, entrega e amor.