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ou desfrute do texto completo a seguir:

Faz exatos 5 anos que eu não me permito tirar férias de mais que uma semana, e sinto que minhas próximas férias estão vindo em ótima hora.

Percebi que o meu sistema de corpo, mente e alma de alguma forma absorveu um comportamento curioso da sociedade aqui de São Paulo: meu corpo está precisando gritar um pouco para me dar um aviso de “Opa!!! Meu! Vamos descansar?” 😅

Aparecem pequenas espinhas na minha cara, dores do lado direito do corpo, garganta seca, e meu nariz começa a escorrer e ficar tapado.

São sinais leves, mas são o suficiente para eu voltar a conexão comigo mesmo.

O meu racional diz que é “só por causa da mudança de tempo”, mas lá dentro eu sei que existe mais.

E aqui, eu quero te convidar a fazer a mesma reflexão em sua vida: quando foi a última vezque você se permitiu dias de completo descanso, ou quando foi que seu corpo te forçou a parar por causa de algum acontecimento. Seja uma pequena dor de cabeça, seja uma gripe forte, ou mesmo uma doença auto imune que apareceu para dar aquela chacoalhada geral na sua vida.

Meu querido, minha querida, preste atenção: 🚨

Tirar férias é um ato de coragem e saúde, não é um luxo.

Nesse texto, eu quero te mostrar:

• como alternar trabalho e descanso sem culpa

• como eu fiz ser possível realizar a viagem dos meus sonhos esse ano

• entender e sentir a importância dos ciclos de renovação em nossas vidas

• por que você não pode se dar ao luxo de ficar com “burnout”

Vamos viajar? 🚀

Nesse exato momento em que digito para você, em uma segunda feira às 10h44 da manhã, é uma bela manhã de sol ☀️, meu escritório está na vibração mágica de sempre, tenho um incenso de mel aceso, meu mantra favorito toca, os passarinhos 🐦 cantam na minha janela e o Hórus está deitado exausto depois de uma longa caminhada ouvindo podcasts.

Apesar de tudo isso, meu corpo está dolorido, e eu sinto uma fadiga crônica.

Eu arrepio de alegria quando converso com cada pessoa incrível do meu time, meu ser vibra de amor a cada encontro online do método Hack Life (nosso curso online), quando estou palestrando ou ministrando workshops em alguma empresa, quando sento aqui para escrever e gravar um novo episódio de podcast, quando atendo meus clientes na massoterapia ayurvédica ou em aulas de yoga…

Eu amo meu trabalho, eu escolho estar aqui todas as manhãs para dar o meu melhor. Eu não consigo imaginar como seria minha vida se eu não escolhesse trabalhar com o que amo, como seria se eu “tivesse que estar” em um lugar todos os dias que não ressoa com meu ser.

Apesar disso, eu também preciso de férias. 🏝️⛱️

Eu preciso de um espaço. Preciso de um zoom out da minha própria vida maravilhosa, da rotina, da execução.

Mais do que isso: eu sinto uma necessidade gigante de abrir espaço mental para novas coisas acontecerem.

Compartilhei ontem com a minha mulher que esse ano tem sido tão intenso que eu mal tenho me permitido espaço mental para aprender e praticar coisas novas.

Talvez eu esteja me cobrando demais.

Talvez eu tenha transbordado o meu copo d’água de conhecimento nos últimos anos e agora tem sido hora de executar mesmo.

Ou talvez esteja na hora de dar um zoom out e novamente sentir quais são as minhas reais necessidades, e onde estou me distraindo.

//  semanas sabáticas X férias

Como escrevi mais cedo a você: tirar férias é um ato de coragem e saúde, não é um luxo.

Tanto quanto você tem direito ao trabalho, você tem direito ao descanso.

Assim como as estações da natureza que nos convidam a viver ciclos diferentes, assim como em todos os dias o Sol ☀️ nos convida a trabalhar com sua energia radiante e a Lua 🌗 nos convida a descansar com sua energia acolhedora.

Quero compartilhar contigo como foi o meu processo de tirar férias esse ano, e como eu fiz acontecer essa viagem sem parcelar, mesmo sem ter o dinheiro que precisaria no começo.

Sean Wes, um autor de livros e de podcasts americano, defende o conceito de tirar pequenas semanas sabáticas ao longo do ano, mais precisamente a sétima semana a cada 6 semanas trabalhadas, e o sétimo ano sabático a cada 6 anos trabalhados.

Como o número 8 tem estado muito presente em minha vida nos últimos anos, decidi que faria do meu jeito: a cada 7 semanas trabalhadas, tiraria a 8a semana sabática.

Tem sido um experimento delicioso.

Apesar dos constantes sentimentos e pensamentos de que:

“não vai ser possível!” 😩

“não vou dar conta!” 😩

“eu preciso trabalhar e resolver as coisas!” 😩

Reconheci os pensamentos, tirei eles da minha frente, e coloquei-os ao meu lado para ensinar a eles como seria de verdade, não na imaginação.

Fui para lugares maravilhosos, com ótimo custo benefício, e em muitas vezes percebi que o custo de viajar era igual ou menor ao de morar em São Paulo.

Foram nessas viagens que apareceram as melhores ideias criativas, onde os melhores insights sobre a vida, o amor, sobre o meu trabalho e o meu lugar no mundo apareciam, repentinamente, pela intuição. 💡

Essas experiências foram essenciais para me ajudar a reprogramar aos poucos esses pensamentos de medo e escassez.

Se não fosse a minha coragem de olhar para esses pensamentos de frente e coloca-los ao meu lado, talvez nada disso teria acontecido.

Aquela velha história que adoro falar por aqui:

Pequenos atos ordinários formando efeitos extraordinários.

Algo curioso aconteceu nessas pequenas viagens experimento: percebi que em muitas delas, o tempo de aterrisagem mental do meu sistema e de minha mulher era de aproximadamente 2 ou 3 dias.

Ou seja: demorava pelo menos metade do tempo da viagem pro nosso sistema de corpo, mente e alma realmente “virar a chavinha” e entender que estávamos em outro ambiente, e que sim, era possível relaxar e curtir.

Acho que às vezes esquecemos que somos um sistema bem mais complexo do que nossos smartphones, e que abrir o app “descanso” não é tão trivial quanto abrir o whatsapp e escrever uma mensagem. 📝

Foi um sinal suave do universo que logo precisaríamos de um período maior de descanso.

Com a festa de casamento marcada para setembro, ficou óbvio que nossa próxima grande viagem, que não acontecia desde 2014 já tinha data e hora marcada.

Nesse instante percebi que o “treinamento” das semanas sabáticas de descanso nos fez prontos para encarar as férias.

Louco isso né? Eu precisei aos poucos me “treinar” para descansar.

Em um mundo maluco por se treinar, disciplinar, fazer e acontecer para performar melhor, produzir mais e mais e mais, eu percebi que o meu sistema precisava do treinamento oposto.

E nessa hora, todos aqueles medos que já haviam sido domados com as pequenas semanas de descanso voltaram ainda mais fortes, pela ambição de um descanso ainda maior.

O meu general interior gritava:

👮 “você tá maluco? deixar o time inteiro por mais de um mês sem trabalhar?”

👮 “e o lançamento da próxima turma do curso?”

👮 “outubro é o mês que os eventos, workshops e palestras estão bombando! você já negou alguns convites, quantos mais você vai perder?”

👮 “você tem noção que você vai continuar pagando o aluguel da casa durante todo esse mês e ainda vai gastar um monte viajando com o dólar nesse preço maluco?”

E a cada novo pensamento, de novo e de novo, eu colocava o general do meu lado e pedia para o universo, com muitas emoções positivas que eu queria fazer acontecer essa viagem.

//  Como o dinheiro para a viagem apareceu:

O nosso destino de lua de mel era o Egito, sonho da Nádia e meu, desde crianças.

Pode parecer mentira o que vou te falar agora, mas o preço da passagem

São Paulo → Egito → São Paulo

era 2x maior do que São Paulo → Miami → Egito → São Paulo.

Decidimos aceitar o presente do universo, e com a economia da passagem também aproveitar toda a região das praias de KeyWest e os parques da Disney.

Quando resolvemos passar pelo ritual de celebrar o nosso amor, fizemos um combinado: a Nádia investiria na festa, e eu investiria em nossa lua de mel.

Só tinha um detalhe: a Nádia, sempre melhor poupadora do que eu, já tinha o dinheiro da festa pronto para ser usado. Eu não.

Tinha 1 ano para fazer acontecer. Para economizar o dinheiro necessário para fazer a viagem de nossos sonhos e ainda honrar a minha metade para a nossa estrutura básica: aluguel, contas de água, luz, internet, mercado, viagens sabáticas a cada 8 semanas, comida do cachorro e manter a Kosmos, empresa por trás do Hack Life firme e forte.

O pouco que eu tinha guardado era o suficiente para a passagem. 🎫

Decidi comprar e aguardar, confiando que, se a viagem fosse mesmo para acontecer e estivesse de acordo com o plano do kosmos, logo eu perceberia.

Tão logo coloquei essa intenção, 2 dias depois começaram a aparecer diversos convites para palestras, as quais, pouco a pouco me ajudaram a não só bancar esse sonho, mas a também me deixar tranquilo financeiramente.

Você que está lendo pode chamar isso de sorte, mas eu chamo de confiança, conexão.

O medo, lado a lado comigo, ficou o tempo todo me atormentando mentalmente e fisicamente, com dores no corpo que falavam todos os dias que eu não era bom o suficiente para fazer isso, que eu não daria conta.

Mas todos os dias, o tempo todo, eu aceitei esses medos de frente e conversei com eles, repetindo a mim mesmo que eu dou conta, que eu sou bom o suficiente, que eu faria acontecer.

É esse trabalho do subconsciente que faz conquistar o material.

Uma completa confiança em Deus e um desapego saudável de entender que o melhor que tem que acontecer vai acontecer. 🙏

Além das próprias barreiras, impostas pelo medo e escassez internos, também tive que conquistar as objeções, medos e escassez de amigos, familiares:

“Ai menino, sua mulher vai ser raptada no Egito! Cuidado com ela!”

“O pessoal lá faz muitos atentados! É um país decadente, o que você vai fazer por lá?”

Todas as vezes que ousarmos ser autênticos, vamos receber algum tipo de represália do mundo.

Com muito amor, ouvimos, aceitamos o que as pessoas tem a nos falar entendendo a preocupação delas, mas no final deixamos bem claro a nossa intenção, e que temos certeza da viagem, por estar pautada no amor, e não no medo e na escassez.

Não é fácil, mas é simples ;D

//  Conclusão

As principais lições que aprendi nesse ano planejando o casamento e a lua de mel são:

#1 Cultive a sua sabedoria, não espere dar merda para parar.

#2 Não espere a doença, não espere o stress virar burnout.

#3 Cultive a saúde. Mesmo se você ama o que faz, como é o meu caso, se permita o descanso de tempos em tempos, se permita viajar para novos lugares para dar um choque no ego acomodado.

#4 Entenda que os sentimentos de falta de dinheiro, de falta de tempo, sempre estarão presentes a não ser que você dê um basta a eles e assuma o comando da sua nave, do seu sistema de corpo, mente e alma, como eu mesmo senti na pele.

Não jogue seus medos para baixo do tapete.

Converse com eles, mostre a eles um novo caminho de possibilidades.

É dolorido, não é fácil, mas é simples.

E é melhor conversar com os seus medos e criar um relacionamento com eles do que negar que eles existem.

Como você bem sabe, tudo que é negado, uma hora explode. 💥

Confie na saúde.

Confie na vida.

Confie no kosmos, confie no plano divino.

Vamos vibrar no amor! E mostrar ao medo que é ele que tem que ter medo da gente ;D

Seguimos viajando!