Você está vivendo em sua capacidade máxima criativa?

Certos dias tenho a impressão de que estou à bordo de uma Ferrari, mas dirigindo ela como se fosse um fusca.

Experienciando o mundo através do meu sistema de corpo, mente e alma, observando tudo através da consciência, mas não permitindo expressar meu potencial máximo criativo.

Percebo que existe um potencial infinito, mas que é limitado pela mente consciente e subconsciente, que fica rodando no plano de fundo velhas bagagens emocionais e crenças limitantes.

Ao mesmo tempo, isso gera um tremendo paradoxo: pois é literalmente impossível realizar tudo o que a mente quer e se propõe em uma só vida.

O mundo é infinito em sua vasta gama de prazeres e experiências sensórias.

Da mesma forma, ocorre uma confusão frequente entre o que é realmente uma necessidade de expressão humana, que fala com minha alma, aquece meu coração e vai de encontro com meu sistema interno de valores…..

E o que é só mais uma distração: mais um valor externo criado pela imaginação coletiva da sociedade. algo efêmero e superficial. que uma vez alcançado a mente logo vai se cansar e querer mais e mais.

Talvez ser humano seja exatamente experienciar isso:

Em nossa constante busca pela completude, por buscar experiências a fim de completar o que falta aqui dentro, perceber nossa limitação e ganhar consciência e sabedoria sobre o que é realmente uma necessidade, e o que é uma distração.

A necessidade fala com a alma.

A distração fala com o ego.

O Ayurveda, ciência milenar da longa vida, há muito define que o grande objetivo da vida é se auto realizar.

Para isso, devemos nos atentar à 3 princípios básicos:

# 1 vontade de viver. (agradecer à vida e a seu papel na sociedade)

# 2 atender à vida material. (atuar no mundo)

# 3 atender à vida espiritual. (se auto realizar)

O ser humano, uma vez empoderado pela sua vontade de viver, consegue atuar no mundo.

Uma vez atuando no mundo, como consequência recebe recompensas pelo seu modo de atuar, no caso da nossa sociedade em forma de dinheiro.

Uma vez empoderado pelo dinheiro, ele garante sua estabilidade de comida, sexo e abrigo e tem acesso a novas experiências no mundo através dos sentidos (mente, visão, tato, olfato, paladar, audição).

Ao experienciar o mundo, programamos nosso “software interno” à cada dia, construindo valores através do que categorizamos como “bom” ou “ruim”.

Ao perceber que tanto as experiências “boas”, quanto as “ruins” levam ao mesmo caminho, ocorre uma grande transição:

Cada experiência passa a ser apenas uma experiência em si.

Não importa se um dia é bom ou ruim, começa-se a ganhar consciência de que todas levam ao mesmo destino da auto realização espiritual.

De perceber-se como parte do todo.

De ir além da paixão, e perceber o amor: a força maior que rege esse mundo e que não categoriza.

Ao experimentar os extremos na pele, o ser humano passa a perceber o caminho do meio. o caminho da neutralidade.

Onde existe paz, harmonia e alegria.

Onde existe pureza.

Pureza essa que não está ligada a nenhuma experiência, seja ela boa ou ruim.

Pureza essa que está ligada à sua verdadeira essência. que vem de dentro.

Uma vez com essa bússola interna, as experiências do mundo exterior deixam de conduzir cegamente o indivíduo pela vida.

Passam a ser apenas ferramentas, que possibilitam o florescimento de virtudes: crescimento genuíno e verdadeiro.

Conectado com a sua essência, não existem “hacks” que possam lhe tirar a paz, harmonia e alegria.

Os “hacks” passam a ser ferramentas nessa existência que possibilitam essa conexão com a essência, nada mais.

Aí sim, estamos falando de “hackear” de verdade ;D