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ou desfrute do texto completo a seguir:

Os antigos egípcios acreditavam que o ser humano vem à Terra para experimentar a dualidade entre o certo e errado, alegria e tristeza, a luz e a sombra, o bem e o mal.

Ao passar por diversas vidas experienciando esse plano, o homem evolui de um ser instintivo que opera no medo da fugo luta (que eu chamo em nossos textos carinhosamente de macaquinho), para um ser amoroso que realiza a energia neutra do amor e transcende tempo e espaço.

SER humano implica não só evoluir para acessar essa parte transcendental espiritual, mas saber equilibrá-la com as necessidades terrenas desse macaquinho interior.

Como você já deve ter percebido, a jornada é longa.

Portanto, quanto mais cedo aprendermos a fazer as pazes, conviver e abraçar a nossa parte mais instintiva, melhor.

Vamos entender como podemos honrar a herança do nosso código genético de macaquinho, e adestrá-lo corretamente para que ele seja um companheiro em nossa jornada, de modo a deixar a vida mais leve, simples, divertida e equilibrada.

# o guia completo para domesticar seu macaquinho em 5 minutos:

O macaquinho é um ser terreno, e precisa ter as suas necessidades básicas atendidas para operar bem.

Eu chamo essas necessidades reais dos 3 “S”.

Necessidades sexuais, sociais e de sobrevivência.

Sexuais diz respeito a honrar e transformar o impulso sexual em energia criativa pra o mundo. Seja na forma de sexo amoroso, ou seja servindo ao mundo.

Sociais diz respeito a conviver com outros seres humanos e com o planeta, a fim de criar um relacionamento harmonioso onde nutrimos e somos nutridos com interações cotidianas.

Sobrevivência para manter nossa máquina biológica em perfeito estado: abrigo, descanso, água, comida e higiene.

O seu papel enquanto adestrador é simples: é ficar consciente desses 3 “S”s e garantir que as necessidades do seu macaquinho sejam supridas, não as distrações.

Está confuso(a)? Calma que eu explico:

Imagine que você leva seu macaquinho para comer um chocolate, tomar um café, tomar um chopp ou desfrutar de um bom sexo. Essas experiências farão seu macaquinho interno experienciar doses de prazer e dopamina.

É gostoso. Ele vai querer cada vez mais daquilo.

Como um bom adestrador, você tem sempre que ter a consciência de que o macaquinho é um ser puramente instintivo, que pode não saber o que é o melhor para ele.

Você pode tomar seu café, chocolate, chopp à vontade, mas é a consciência quem diz a hora de parar.

O macaquinho não tem essa consciência.

Ele só enxerga o plano terreno. Ele não consegue enxergar o todo da existência.

Ele só quer saber de ganhos a curto prazo.

Se você começar a alimentar o seu macaquinho com cada vez do que ele quer, a consequência é que ele fica mais mimado, ardiloso, tirano e manipulador a cada dia.

Você logo percebe que brigar, ou ficar de mal com ele não adianta.

A batalha será infinita. Ele funciona como uma criança mimada: é ardiloso e manipulador.

Mas se você souber observá-lo a partir da consciência, ele pode se tornar um grande aliado em sua jornada.

A chave, (como já falamos em outros episódios da sextaFilosofal) é a completa aceitação de natureza do macaquinho e saber identificar as suas reais necessidades.

A aceitação fará você amplificar o ser humano que existe em você além de tudo que você imagina.

# a imaginação coletiva

Uma vez que a espécie humana evoluiu e desenvolveu o intelecto, começamos a acessar uma grande rede mental de pensamentos, a imaginação coletiva.

É como se todos os seres humanos estivessem conectados pelo mesmo Wi-Fiem um servidor em nuvem orgânico, que tem acesso a todo o conhecimento em forma de pensamento.

Ao mesmo tempo que é incrível, pode causar um tremendo problema para muitos macaquinhos.

Os pensamentos e valores que estão na “nuvem” da mente coletiva, nos “encaixotam” e normatizam o indivíduo, sobre o que é o certo e o que é errado ou quais são as condutas que devemos seguir.

Uma vez que fazemos download de um pensamento, aquilo se transforma em uma crença, uma receita de como agir no mundo.

Muitos desses downloads nos permitem compartilhar de ideais e com isso colaborar para criar melhores condições no mundo, mas tem uma hora em que instinto e intelecto, fisiologia e ideologia entram em conflito.

Nessas horas, é necessário conversar com o macaquinho interior, para entender quais são as suas reais necessidades.

Por exemplo, quando você se percebe com vontade de comer um chocolate.

Ao perceber essa vontade, muitas pessoas acessam pelo mental o pensamento da imaginação coletiva de que “chocolate faz mal, tem açúcar, lactose, vai engordar, e isso e aquilo”.

Você então lembra de algum blogueiro(a) fitness, você quer ter aquele corpo, quer ser saudável, ter aquela energia e disposição, mas sabe que o chocolate vai te deixar um passo mais longe de ter aquilo.

Nessa hora, você, no seu mental, cria uma tensão, que destoa muito do que o seu macaquinho realmente quer, que é comer o chocolate.

Assim, você entra em um modo de culpa, por não aceitar que lá no fundo, dentro de você, tem alguém que quer muito aquele chocolate.

A partir do momento que você olha para o seu macaquinho interno e simplesmente aceita ele, você sai da culpa.

Você olha para o chocolate, e agora tem a opção da escolha.

Você aceita a sua vontade, aceita que quer comer o chocolate, mas simplesmente escolhe que não é a opção melhor para você a longo prazo.

Você deixa de ficar brigando no braço de ferro com seu macaquinho.

Você resolve guardar o chocolate para um dia quando for comer em um restaurante, comemorar uma data especial, por exemplo.

Aí sim, o chocolate vai ter todo um novo sabor, uma nova simbologia.

O mesmo vale para qualquer outro desejo do macaquinho.

Outro exemplo: a vontade de comprar um carro. Ou uma moto.

Ou aquela velha vontade de “jogar tudo pro alto e ir vender coco na praia”.

Toda vez seu macaquinho te presentear com um novo impulso, perceba o que existe por trás dessa vontade.

Todas as vezes que o macaquinho Renato, que vos digita, vem com um pensamento de “querer largar tudo e ir vender coco na praia”, eu sei que a verdadeira necessidade dele é de ter maior liberdade e descanso. (necessidades sociais e de sobrevivência)

Nessa hora, a consciência vem e me mostra que, não importa quantas mudanças, quantas vezes eu largue tudo para o alto, o macaquinho sempre vai querer mais liberdade.

Nessas horas, eu uso a mente e direciono meus pensamentos para mostrar a ele que é possível sim ter liberdade atuando no mundo.

Trabalhando em São Paulo em plena segunda feira.

Mostro a ele que a liberdade pode se fazer presente apenas respirando de modo diferenciado.

Vivenciando plenamente o aqui e agora.

Sentindo a presença da dança do universo em cada gesto e cada tecla que digito ao escrever esse texto.

Esses pensamentos fazem ele se sentir como se estivesse na praia, ao som dos mares e oceanos, mesmo estando em São Paulo com um baita templo nublado e chuvoso.

Ao fazer isso, o macaquinho se acalma, fica pleno e feliz.

Ele tem a sua real necessidade de liberdade atendida, e com isso me ajuda com sua força física nesse plano para poder continuar a missão da consciência de atuar com base no amor, e não no medo.

Portanto, observe os pensamentos mais nefastos do macaquinho, e não tenha medo deles.

Lembre-se que são apenas fantasias, e que você não precisa fazê-las virar realidade.

Aceite que existem, e se divirta.

Descubra quais são as reais necessidades por trás das distrações que o macaquinho manda a você.

Lembre-se sempre que ele é um ser limitado, ele precisa da sua ajuda para entender isso.

Apenas aceite a natureza dele.

Ao aceitar, você se diverte. Você se empodera enquanto ser humano.

Você sai da culpa.

Você ganha o poder de escolha.

Você fica cada vez mais próximo das suas reais necessidades nesse mundo, e longe das distrações.

E ai a mágica acontece.

Ai sim, estamos falando de “hackear” de verdade ;D