hoje, a sextaFilosofal traz um texto parábola, que nos faz refletir sobre a realidade.

uma mãe mandou seu filho, com uma garrafa vazia e uma nota de dez rúpias, comprar óleo na mercearia próxima.

o rapaz foi e encheram-lhe a garrafa mas, quando estava voltando, caiu e deixou cair a garrafa de óleo.

até conseguir pegar a garrafa, metade do óleo já se derramara.

ao ver a garrafa meio vazia, voltou para sua mãe chorando:
“Oh perdi metade do óleo! Perdi metade do óleo!”…

o coitadinho estava muito infeliz.

a mãe enviou outro filho com outra garrafa e outra nota de dez rúpias. a ele também encheram a garrafa e, quando estava voltando, também caiu e derramou o óleo. mais uma vez, metade do óleo se derramou.

apanhando a garrafa, regressou para junto da sua mãe, muito feliz:
“Oh, veja, eu salvei metade do óleo! A garrafa caiu e podia ter-se partido. O óleo começou a derramar-se; poderia ter-se perdido todo. Mas, eu salvei metade do óleo!”

ambos chegaram junto de sua mãe na mesma condição, com uma garrafa que estava meio vazia, meio cheia. um estava chorando por causa da metade vazia, o outro estava feliz com a metade cheia.

tá… até aqui muito legal né? mas esse papo de copo metade vazio e metade cheio já não é novidade. a parábola fica realmente interessante a partir de agora, quando a mãe envia seu terceiro filho:

depois, a mãe enviou outro filho com ainda outra garrafa e outra nota de dez rúpias. quando retornava a casa, também caiu, assim como a garrafa. derramou metade do óleo. apanhou a garrafa e, como o segundo rapaz, procurou sua mãe muito feliz: “Mãe, salvei metade do óleo!”.

mas esse rapaz era um rapaz diferente. cheio não só de otimismo também de realismo. ele compreendeu: “Bem, salvou-se metade do óleo, mas também se perdeu metade.”

assim, disse a sua mãe:
“Agora devo ir ao mercado e trabalhar durante todo o dia, ganhar cinco rúpias e terminar de encher essa garrafa. Ao fim da tarde, eu a terei cheia.”

isso é equanimidade. nenhum pessimismo; em vez disso, otimismo, realismo e “trabalhismo”.

o conto da sexta de hoje apareceu durante a leitura do livro Vipassana: a arte de viver.