🎙️ // assine a sextaFilosofal:

Spotify | Apple Podcasts | Anchor | Google


ou desfrute do texto completo a seguir:

Você é um macaquinho ou um ser humano?

Se você respondeu “ser humano”, você tem certeza disso?

Quanto mais olho ao meu redor, mais eu vejo macaquinhos, menos eu vejo seres humanos.

Mais eu vejo macaquinhos obcecados em obter prazer a qualquer custo, viciados em padrões de comportamento baseados no medo e na fugo luta.

E isso vale para o macaquinho “Renato” também, que ultimamente tá dando um puta trabalho. 🙈

// reprogramando seu macaquinho

Cada ação que realizo nesse mundo através do macaquinho “Renato” envia uma linha de programação para o código fonte do meu sistema operacional.

O que vemos, ouvimos, sentimos, pensamos, provamos, cheiramos através de nossos órgãos de sentido tem a capacidade de nos reprogramar a cada instante.

Toda vez que realizo uma ação com uma determinada intenção, eu mostro a meu macaquinho o caminho que quero seguir e o que faz sentido na minha jornada nesse mundo.

Como por exemplo no ato de se masturbar, onde todo o sistema energético sexual é estimulado baseado em um pensamento, imagem ou vídeo ilusório, com o único objetivo de ganhar prazer ou soltar uma tensão.

Ou no simples ato de comer:

Faz 2 anos que transformei minha refeições: o que antes era um ato robótico mecânico virou um ritual.

Toda vez que sento à mesa, o celular fica de cabeça para baixo em modo silencioso, ou de preferência em outro cômodo.

Separo alguns instantes para respirar algumas vezes e deixar preocupações e pensamentos rotineiros de lado e focar apenas no que é real: o prato de comida à minha frente.

Tento me lembrar que sou apenas um macaquinho fruto de uma explosão.

Que muito tempo atrás, existia um estado não manifesto, onde toda a energia do universo estava contida em uma bolinha condensada.

Essa energia não aguentava mais ser presa e sufocada, e então explodiu, e expandiu, expandiu, expandiu, por N*trilhões de anos e continua a se expandir nesse exato momento…..

Precisou do universo inteiro para esse prato de comida estar aqui, manifesto em minha frente.

Se mesmo uma borboletinha tivesse parado de bater asas, ou se uma supernova não estivesse em um processo de explosão a milhares de anos luz daqui, talvez esse momento não fosse possível no aqui e agora.

Mas ele está aqui. É um milagre!

De alguma forma, o universo está dançando, está expandindo, se transformando…. e eu faço parte dessa dança e dessa expansão, quer eu queira ou não.

“Caraca Renato, só quero saber por que você parou de se masturbar… Pra que esse papo de universo? Vai direto ao ponto cara!” 😅

Acalme-se, pequeno(a) astronauta, faça parte da dança comigo que logo eu explico:

Comida é energia. O corpo é um grande reator químico nuclear que evoluiu por bilhões de anos e aprendeu a melhor maneira de transformar esse “pratinho” de 500~700 gramas em energia suficiente para esse que esse ser biológico pensante de ~70kg possa continuar a sua dança.

Olha que mágico: 700g para alimentar 70 kg. É uma eficácia de 100x!

Quando você percebe e realiza esse pequeno milagre em seu sistema de corpo, mente e alma, você começa a criar maior sensibilidade sobre o que realmente nutre você e seu macaquinho.

Você se nutre não só do que você come, mas do que você bebe, do ar que você respira, das pessoas que você interage, dos seus pensamentos, sentimentos e emoções….

É uma uma combinação de fatores emocionais, físicos, químicos, sexuais, mentais e espirituais.

O que nos diferencia de um macaquinho é a perceção da real necessidade do que nos nutre, e como nos nutre.

É criar consciência sobre quais são suas reais necessidades e quais são as suas distrações.

Não só O QUE você come, bebe, respira, interage, mas COMO você come, bebe, respira, interage.

Você pode ter as quantidades perfeitas de proteínas, gorduras e carboidratos da melhor comida orgânica natural biodinâmica zerowaste da fazenda local feita com amor sem glúten e sem lactose cultivada na lua crescente ao som de ópera à sua frente, mas se você come com pressa enquanto fica alimentando pensamentos ruins sobre seu trabalho rolando as redes sociais, isso pouco importa.

“Hum…. acho que to quase lá! Me explica melhor…” 🤔

Vou te dar um exemplo prático do que aconteceu comigo:

Algumas semanas atrás minha mulher sugeriu alterar a alimentação do Hórus (nosso cachorro) de ração para uma alimentação natural crua.

Em 6 meses comendo ração, posso afirmar que em 9 a cada 10 refeições o Hórus cheirava a comida e virava o focinho para fora.

Ai ele voltava… cutucava a comida… olhava para a gente como quem diz: “É só isso de novo?” e só então ia comer, rabinho e orelhas cabisbaixas, muitas vezes deixando grande parte da ração no pote.

Quando mudamos para a alimentação natural crua, no primeiro dia ele devorou o prato, mastigou direitinho, e ainda ficou lambendo o chão ao redor querendo mais.

Tá… beleza, poderia ser só uma novidade.

No segundo dia, quando chamamos ele para comer, ele começou a abanar o rabo e fazer festa para comida, coisa que eu nunca vi ele fazer desde que chegou em casa.

E isso persistiu pelo terceiro, quarto, quinto dias… 1 semana…. (clique aqui para ver um vídeo com o Hórus se deliciando…)

Em menos de uma semana, ele mudou: ficou alegre, o pêlo brilhante, ficou mais carinhoso do que nunca, mais esperto, mais obediente, mais vivo.

Ver o Hórus comer com tanto gosto e ver de perto a transformação nesse serzinho peludo me fez revirar do avesso em alguns aspectos.

Antes, ele parecia um “animalzinho” de estimação, em um ambiente quase que artificial comendo sua “raçãozinha”.

Agora, ele é um lobo: pegando a coxa de carne, rasgando com os dentes, mastigando, farejando, engolindo.

Ver esse espetáculo digno de Discovery Channel na minha frente todos os dias começou a despertar instintos mais primitivos e animais dentro de mim.

De alguma forma, ver aquela plenitude no Hórus me fez enxergar que existia alguma parte do meu ser que não estava sendo nutrida de forma adequada.

A velha amiga mente, representada pelo guia mundano interno 🗣, querendo ajudar da sua maneira, já começou a racionalizar:

🗣 “Tá ai cara! Tá faltando proteína nesse corpo! Você precisa de um bifão que nem o Hórus para poder ficar bem! Vai numa churrascaria que logo você fica bom!”

🗣 “Ou bate logo uma punheta, solta um pouco dessa tensão! Você tá muito fraco, esse negócio de ‘honrar a mulher’ tá indo longe demais, você precisa disso!”

Já faz 2 anos que parei de me masturbar e parei de comer carne por não sentir mais necessidade. Qual é a verdadeira necessidade por trás desses pensamentos?

Que buraco estava sendo “tapado” que voltou a ficar vazio?

Comecei a perceber que também existia uma parte sexual em mim travada. Que “sexo” do modo como fazia até então já não fazia mais sentido.

Já tinha lido relatos de atletas profissionais, e de mestres advertindo que o ato de ejacular deixa o homem esgotado pelos próximos dias.

E era exatamente isso: quando ejaculava, era como se eu ficasse sem energia pós sexo.

E isso, claro, também fez o guia mundano interno 🗣 voltar:

“Vira gay logo cara! No momento em que você fizer sexo com algum homem, você vai ter o que precisa. Lembra desse pensamento?”

Fiquei com essa incomodação por alguns dias…

Um determinado dia, peguei um livro que há tempos queria começar: “Segredos Taoistas do Amor: Cultivando a energia Sexual Masculina” de Mantak Chia.

Logo na introdução, Mantak me mostrou uma visão interessante:

Ele conta sobre a disciplina do “kung fu sexual”, que permite ao homem a “possibilidade de transformar nossas energias (instintivas e essencialmente sexuais) animais em algo superior que nos faz humanos, e potencialmente divinos.” Mais uma ferramenta em minha jornada de reprogramação do macaquinho que vive no medo rumo ao ser humano que vive no amor.

Tal como uma semente, tão pequeninha, que contem o potencial máximo criativo de uma grande árvore, assim é o espermatozóide humano: uma única ejaculação tem o potencial máximo criativo de gerar a atual população dos Estados Unidos. (2 a 5 centenas de milhões de espermatozóides vindo do homem, lançados sobre 250 milhões de óvulos da mulher)

A fecundação é um Big Bang por si só. É uma explosão. É o “peteleco” que forma um efeito dominó de criação de vida. De simples molécula microscópica a um ser humano pensante em todo seu potencial.

E assim como o simples ato de se alimentar, que é um verdadeiro milagre da existência e se transformou em algo mecânico, robótico e banalizado por nossa programação zumbi coletiva, o mesmo aconteceu com o sexo.

E percebi que meu macaquinho estava seguindo essa programação.

Ao invés de transformar essa energia atômica do corpo através do sexo em solidariedade, amor, um filho ou algum tipo de consciência maior, o ato do sexo foi transformado em um mero aniquilamento desse potencial máximo criativo.

O sexo virou um brinquedo do macaquinho, assim como a comida: voltado para o desejo egoísta do prazer a qualquer custo, de soltar tensão e stress.

Já deu pra entender o tamanho da encrenca que estamos chegando?

Se não honramos e respeitamos nem o simples ato de comer que dá sustentação a nossa própria vida, como poderemos honrar e respeitar o sexo, um ato capaz de criar uma nova vida?

Mantak adverte no livro que pessoas que começam a viver com propósito e criar uma nova relação com a energia, logo sentem a importância de cultivar a sua energia sexual, senão ficam drenadas.

E ao invés de propor o celibato, as técnicas respiratórias e exercícios no livro ensinam ao homem a recircular a energia sexual pelo corpo durante o ato sexual.

Ejacular passa a ser uma escolha. O orgasmo gerado passa a reenergizar todo o sistema de corpo, mente e alma.

Por que será que eu só comecei a ler esse livro agora né? Olha ai, a dança do universo de novo…. 🤗

No sábado a noite, depois de passar resfriado e com muitas dores no corpo nos últimos 2 dias (a primeira vez doente em 4 anos), estava no mercado com minha mulher quando ela compartilhou um sentimento:

👩‍🚀 “Sabe meu amor, eu tenho percebido que estou com muita fome ultimamente…. não estou sentindo que a comida está me nutrindo…. parece que essa semana a gente comeu com tanta pressa… sempre tem algo para fazer antes, ou algo para fazer depois…. vamos mudar isso hoje?”

Eu: 👨‍🚀 “Eu to sentindo a mesma coisa, tanto que tá vindo uma vontade de comer carne esses dias que não tinha faz tempo…

👨‍🚀 “Já sei! Vamos fazer um macarrão com funghi bem gostoso hoje?”

O general crítico 👮 surgiu dentro de mim e já achou aquilo abominável:

👮 “Que?? Macarrão??? Isso tem glúten, sabia?! É isso mesmo?? Já são 18h, essa janta não vai ficar pronta antes das 21h! Vai ferrar com seu ciclo circadiano, com sua digestão à noite… não faça isso!”

A consciência voltou e falou:

🕉🌌 “Apenas fique no vazio dos seus pensamentos e viva! O resto acontece”.

Compramos o macarrão, fomos para casa.

Separei alguns minutos com calma para fazer uma playlist com as nossas músicas favoritas, e então começou o ritual na cozinha:

Corta a cebola. 🔪🔪

Risadas.

Lembrei de meu nonno falecido, italiano imigrante, que sempre abria um sorrisão quando falava que ia na cantina almoçar um “macarrão com funghi italiano”.

Corta o alho. 🔪🔪

Prepara o funghi porcini.

Lembrei do dia em que chegou a minha vez de aprender a cozinhar o macarrão: minha mãe me ensinou o passo a passo, como cortar o funghi, como preparar, cozinhar o ponto certo do macarrão….

Esquenta o ghee na panela. 🍳

No meio do processo, percebi que faltava uma certa cremosidade no prato. Decidi colocar 1 xícara do leite da fazenda para encorpar o molho.

Adivinha quem apareceu nessa hora?

👮 “Mas o que você tá tomando hoje meu chapa?? Além de glúten, você quer colocar lactose também?? Tá maluco??”

Para deixar o general mais puto da vida ainda, fiz umas lascas de pão com azeite, sal, alecrim e manjericão assadas no forno para comer de entrada.

Sentamos, e comemos com calma. Com alegria, mastigando, conversando. Com leveza, simplicidade, diversão, carinho.

Uma experiência cheia de glúten. Cheia de lactose. Cheia de amor.

Terminamos de comer e puxei minha mulher para dançar, devagarzinho… sentindo o cheirinho dela que eu tanto amo…

Brincamos um monte com o Hórus de “bobinho”, jogando a bolinha pra lá e pra cá…

Lavamos a louça e subimos para o quarto, bem juntinhos em mais uma noite fria de outono…

A conchinha na cama levou a um primeiro beijo, que levou a outro, que levou a um carinho…. até que a energia se espalhou pelo corpo todo, pedindo algo mais.

De novo, o general:
👮 “Você tava doente ontem! Mal saiu da cama! Já são 23h48! Hora de dormir, você precisa de descanso! Dá um beijo de boa noite, vira de lado e dorme!”

🕉🌌 “Cala boca meu!”

E de novo voltei à dança do universo. Sentindo o cheiro, o amor e o carinho pulsando ali na cama.

Quando chegou a hora do “pico”, do “êxtase maior”, do máximo prazer que o macaquinho tanto queria, respirei fundo, apliquei os exercícios do livro e consegui recircular a energia que tava louca para sair do meu corpo em algo maior.

Senti meu corpo dissolvendo.

Entendi pela primeira vez por que os franceses chamam o sexo de “la petite mort”, a “pequena morte”.

Eu literalmente morri e renasci.

Uma experiência completa que nutriu corpo, mente e alma.

Nutriu o coração, nutriu o universo inteiro.

Por que precisou do universo inteiro dançando para aquele momento existir.

No dia seguinte, acordei, e a vontade de comer o “bifão” tinha sumido.

O nariz parou de escorrer e estava sem dores no corpo.

A vontade de se masturbar e os pensamentos sombrios não tinham força.

Por que será né? 😍

A energia sexual envolvida, que serviria para criar um novo Big Bang, uma nova explosão para criar uma nova vida foi recirculada pelo meu corpo. Foi transformada em amor.

Era como se eu precisasse de um novo nome para aquilo que tinha acabado de acontecer.

Se isso sim é sexo, foi esse o dia em que eu perdi minha virgindade.

Descabacei de macaquinho para ser humano. De menino punheteiro que quer gozar logo para homem. 🙈👶➡🚀🧙‍♂️👨‍🚀

Uma conexão de corpo, mente e alma, a união do masculino e do feminino envoltos pela fragrância máxima do amor, em um ato de total dissolução no universo.

Me senti mais homem.

Me senti mais humano, honrando o amor e a energia da interconectividade que conecta tudo e todos.

Me senti novo.

Me senti pleno.

Plenitude que nenhum comprimido, nenhum remédio, nenhum “bifão” ou nenhuma punheta poderia me dar.

Me senti presente e conectado em minha essência, de volta ao que me nutre de verdade.

Em sintonia com a dança do universo.

Seguindo o ritmo da explosão… 👊🙏❤🌈✌🌋🚀🧙‍♂️🎩☯🌞🕉☯