Somos seres humanos e, desde sempre, nos questionamos qual o sentido de nossa existência e o nosso propósito de vida.

Vivemos em um mundo imperfeito e dual, onde bem e mal existem dentro de cada um de nós.

À medida que nos desenvolvemos, podemos observar esse mal atuando com maior clareza e traze-lo à luz, ganhando compreendimento sobre como ele age dentro de nós.

O mal muitas vezes aparece mascarado por trás de certos amortecedores: pequenos vícios e hábitos que criamos justamente para “dar conta” de viver no mundo em que vivemos:

(comer demais, trabalhar demais, fumar, beber, tomar café……)

À medida que ganhamos consciência de algum vício e conseguimos curá-lo, é natural que queiramos compartilhar com as pessoas ao nosso redor os benefícios de fazer X, Y ou Z e como isso nos ajudou.

O problema é como o fazemos, sempre imaginando que o outro funciona exatamente como nós, e que ele tem que fazer X, Y ou Z para ser feliz como nós.

Escrevo pois sou culpado da mesma falácia, em tentar projetar no outro a minha cura, sugerindo e dando conselhos do que deve ser feito.

À medida em que cresci rodeado por informações que me levaram a crer em uma certa “linearidade” do mundo, é claro que tenho uma tendência inconsciente de buscar soluções lineares para problemas de diversas dimensões.

Hoje, começo a perceber que apontar o dedo e mostrar a direção às vezes mais atrapalha do que ajuda.

Percebo que a aceitação da situação como ela é, aliada ao conhecimento de que tudo tem seu tempo é o melhor a ser feito.

Em todas as situações em que me coloquei em um pedestal e sai apontando o que uma pessoa deveria fazer para obter X Y ou Z vi o tiro acabou saindo pela culatra.

Geralmente a pessoa acabava criando mais aversão em relação à situação que estava mostrando.

À medida que fui percebendo isso, comecei a adotar outra estratégia.

Uma estratégia baseada na aceitação.

Quando percebia uma pessoa passando por uma situação que já passei, ao invés de falar para a pessoa fazer exatamente o X, Y ou Z como eu o fiz, eu comecei a observar, ouvir, e entender.

Comecei a apenas compartilhar o que tinha aprendido com determinada situação.
ao invés de falar: “faça isso que com certeza você vai conseguir X”

Falo:

< perceba como você está no momento, observe esses caminhos que existem, veja se algum deles faz sentido para você. se nenhum deles fizer, crie o seu próprio />

Mesmo quando alguém deliberadamente pede um conselho, desesperado por uma solução, acredito que a mesma atitude deva valer.

A máxima de “se alguém não pediu seu conselho, fique calado”, vale inclusive nessa situação.

Se achamos que só existe um caminho ou outro, não estamos atuando segundo nosso potencial máximo criativo.

As limitações só existem por conta da nossa imaginação coletiva, que utiliza da mente para categorizar tudo de acordo com uma convenção padrão.

Uma vez que a mente condicionada não consegue achar soluções que estão encaixadas dentro do padrão da sociedade, ela pira. entra em loop. nada mais faz sentido para ela.

< é nessas horas que a nossa capacidade intuitiva multidimensional humana entra em ação. é nessa hora que podemos criar, ousar. />

Perceber que não existe caminho certo, nem errado.

Só existe o seu caminho ;D