Vivemos a era do “saco cheio”, estou ocupado, não tenho tempo, trabalho muito, eu faço acontecer!

Ao mesmo tempo que vivemos a era do mindfulness, yoga, meditação, se cure, descubra seu propósito e sua verdade, pratique isso e aquilo.

Millennials, geração Y, carpe diem, se solte, trabalhe com o que ama, e ao mesmo tempo temos a responsabilidade, a grana, achar um bom emprego, garantir estabilidade, conforto material.

Vivemos atrás de novas frases motivacionais de autores famosos e fórmulas mágicas para viver a vida:

“você é a média das 5 pessoas que você convive”

“seja feliz, desapegue”

“alta performance, entregue desempenho”

“relaxo, aceito, me entrego, confio”

“execução, execução, execução”

“sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato”

Acho muito curioso como essas ondas não se conversam.

É como se fossem dois lados opostos do yin yang: branco e preto, oito ou oitenta.

Por que não pode ser tudo junto?

Se um trabalha, e não tem tempo para ter uma vida boa, deve pensar que esse papo de yoga, meditação é para os fracos.

Essa pessoa, ao ler a sextaFilosofal, pensa mais ou menos assim:

“Renato, cai na real cara, eu vivo na Matrix, eu tenho que trabalhar. que papo é esse de perceber o que estou mastigando? Que papo é esse de desligar o celular?

Como assim? Yoga e meditação? Eu sou muito agitado e ansioso. Esses líderes espirituais que ficam meditando o dia inteiro não sabem de nada.

O dia que eles levarem a vida que eu vivo aí sim a gente conversa….”

Do outro lado, tem a galera do yoga e meditação, da gratidão:

Divulga que esse mundo está fadado, que vivemos uma ilusão, e que é um absurdo trabalhar tanto. Que estamos doentes da alma.

Eu me divirto vendo a reação de amigos de um lado ou do outro quando falo dos assuntos opostos, ou mesmo a reação de vocês, querid@s leitores.

E eu sei por que me divirto: por que vivi intensamente tanto um lado quanto o outro.

Já fui uma pessoa tomada pelo trabalho, inovação, fazer, fazer, fazer…..

Como também já fui uma pessoa tomada pelo processo de autoconhecimento, de ficar imerso em meditação e yoga nas minhas próprias crises existenciais.

< percebo que foram movimentos importantíssimos e naturais onde precisei transitar entre opostos para encontrar um equilíbrio />

E é engraçado perceber que essas duas partes ainda coexistem em meus pensamentos:

É fácil observar a “guerra interna” acontecendo, como por exemplo na quarta feira dessa semana, quando meu dia foi mais ou menos assim:

5h: despertar + limpeza + meditação

6h: prática de yoga

8h: café da manhã, sair para trabalhar

9h: estudos sobre futurismo

10h: escrever conteúdo + estratégia Hack Life

13h: almoço

14h-15h: cochilo

15h: chá

16h – 18h: escrever conteúdo, gerir time Hack Life

18h – 19h: apliquei massagem ayurvédica

19h – 20h: jantar

20h – 21:30: dei aula de yoga

E durante todo o dia, era mais ou menos isso que ocorria em meus pensamentos:

5h: despertar + limpeza + meditação (“já acabou essa meditação? tem que trabalhar no Hack Life!”)

6h: prática de yoga (“caraca, anda logo com esse Yoga, não precisa fazer todas as posturas, só até aqui já tá bom!”)

8h: café da manhã, sair para trabalhar (“poutz, o Yoga tava tão bom… vamos trabalhar mesmo?”)

9h: estudos sobre futurismo (“futurismo? que papo é esse Renato? isso não é mais você, não se misture a essa galera materialista do vale do silício”)

10h: escrever conteúdo + estratégia Hack Life (“Hack Life? tem certeza que isso é o certo a ser feito? vamos só dar aulas de Yoga e fazer massagem!”)

13h: almoço

14h-15h: cochilo (“você tem certeza que vai cochilar? que coisa de vagabundo! aposto que ninguém que você conhece está cochilando a essa hora”)

15h: chá ( “PQP, esse chá tá muito bom, mas anda logo que tem que escrever a sextaFilosofal ainda!”)

16h-18h: escrever conteúdo, gerir time Hack Life (“vai logo, que seu cliente tá esperando pra você fazer massagem!”)

18h – 19h: apliquei massagem ayurvédica (“to fazendo certo? errado?”)

19h – 20h: jantar

20h – 21:30: dei aula de yoga (“tá chegando a hora de dormir! anda logo!”)

Ao final do dia, várias vozes ainda falavam aqui dentro:

Uma criticando, falando que estava abusando fazendo tantas coisas, que ficaria doente no dia seguinte.

Outra, falando que estava perdido, que tenho que focar em uma coisa só, que não vou dar conta de continuar fazendo isso em minha vida.

Nenhuma delas explicava a felicidade que estava sentindo.

Foi um dia completo, equilibrado entre momentos de atividade e relaxamento e paz.

Percebi que só o estudo de futurismo não é o suficiente.

Que só o yoga e meditação não é o suficiente.

É necessário aliar os 2.

É da natureza do ser humano ter múltiplos dons e talentos, e justamente encontrar esse equilíbrio de vida.

< quanto mais estudo futurismo, Yoga, e transito entre esses 2 mundos, mais eu percebo que o nosso verdadeiro desafio enquanto seres humanos é desenvolver um método próprio, para atingir um equilíbrio, de acordo com as nossas necessidades individuais. />