No episódio #14 da sextaFilosofal, tive o prazer de ouvir Geraldo Rufino contar sua trajetória, indo de catador de lixo a se tornar um dos maiores empresários do Brasil.

Durante nosso papo, ele pontuou sua relação com a família, aqueles os quais ele chama de “meus”.

Isso me tocou bastante e me fez inclusive perceber o quanto a minha relação com o mundo reflete a relação com os “meus”.

Se estou feliz e livre em família e com amigos próximos, me sinto feliz e livre com os “outros”.

Quanto mais completo estou com os meus, mais completo estou com os outros, e mais “meus” eles ficam.

< afinal de contas, como podemos ter uma boa relação com os outros, se nem com os “nossos” a relação está boa? />

Nessa sexta (estrategicamente pós dia das mães), te convido a refletir sobre como está a relação com os seus familiares / amigos / relacionamentos mais próximos.

Relação de verdade, ok? Tirar selfie no dia das mães para ganhar “likes” não conta….

Em um espectro de 0 a 10, onde:

0 : superficial, me recuso a falar com eles. repúdio/raiva/medo

10 : profunda, com amor e confiança

Aonde você se encontra com seu núcleo mais íntimo?

Quando falamos de nossos familiares, a primeira coisa que fazemos é apontar os defeitos do outro, falar que “a vida de fulan@ poderia melhorar se el@ fizesse isso, aquilo e aquilo outro”.

Raramente é possível enxergar que os mesmos defeitos os quais apontamos para o outro, são os defeitos que existem em nós, mas não queremos olhar.

Os relacionamentos são ferramentas fantásticas para observar a si mesmo no outro, mas, para isso, requer um mínimo de coragem e desapego da vaidade, além de calibrar a sua visão de mundo com um novo “software”.

O que faz o nosso espectro anterior, ganhar uma nova dimensão:

< a relação com nós mesmos reflete a nossa relação com a família/amigos próximos, que reflete a relação com o mundo. >

Perceba, que, em grau de profundidade, não existe nenhuma outra relação mais profunda do que a sua com você mesmo……

Conforme vamos expandindo, mais superficial é a relação, e mais fácil fica ser quem você não é, se utilizando de programações do ego e máscaras de personalidade.

Mas quanto mais próxima e profunda a relação, mais difícil fica se enganar.

Esse é um dos motivos, por exemplo, o qual algumas pessoas simplesmente não conseguem manter um relacionamento duradouro. (relacionamento com o trabalho, com um parceir@…. tem vários!)

Ao chegar em um nível de profundidade na relação, o indivíduo simplesmente não consegue dar conta de olhar seu lado sombrio e trabalhá-lo.

Nessa hora, entram os “hacks” enquanto muletas.

Para continuar “dando conta” de trabalhar, e de qualquer outra coisa que “tem que ser feita”, nos afundamos em impulsos de gula (com comida, engolindo sem mastigar, trabalhando em excesso, distrações em excesso), para suprimir as emoções que começam a surgir.

Enquanto a coragem não vier de querer limpar esses impulsos e olharmos de frente para os sentimentos guardados, fatalmente veremos as mesmas situações se repetindo em nossas vidas…. de novo e de novo….

Ao acessar a coragem necessária, ai sim, estamos falando de HACKEAR de verdade, de ir além da superficialidade das compulsões para acessar nosso código fonte e formatarmos velhas programações que não nos servem mais.

Como anda a sua coragem? Qual é o seu medo da profundidade?

Reflita e compartilhe conosco ;D