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alô mundo!

O episódio de hoje da sextaFilosofal é um capítulo completo do áudio-livro "Pequenos Atos Ordinários, Vida ExtraOrdinária."

O "Pequenos Atos" é um convite para redescobrir o poder da simplicidade e viver com plenitude.

Nesse capítulo completo, um dos meus favoritos, exploramos com profundidade o poder de cultivar o amor e honra pelos pais, a relação primordial que nos trouxe a vida pra esse planeta.

Eu espero que esse episódio possa trazer paz ao seu coração e alegria, assim como me trouxe ao escrevê-lo.

E se você curtir, claro, te convido a aprofundar seus estudos com o áudio-livro completo: "Pequenos Atos Ordinários, Vida ExtraOrdinária."

E agora, sem mais delongas... vamos viajar?


se preferir, você pode ler o capítulo completo:

capítulo #9 | honrar pai e mãe 🙏👫

do áudio-livro "Pequenos Atos Ordinários, Vida ExtraOrdinária"

"Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra." #Êxodo 20:12

Papai. Mamãe.

Mamãe. Papai.

Por onde posso começar?

Seria difícil tentar colocar em palavras aquilo que sinto por vocês e nos une: é mais que amor.

Vocês me deram um portal para a própria vida! Foram o canal pelo qual desci a esse planeta.

Dentro de vocês existe o carinho, o afeto, a base, fortaleza e o espelho o qual cresci durante muito tempo.

Quando criança, parecia não existir vida sem papai e mamãe. Doía pensar que um dia vocês poderiam ir embora, e eu seguiria a minha vida.

Durante muito tempo, tentei alimentar a fantasia de que poderia, um dia, retribuir a vocês tudo o que me deram. Mostrar a vocês que poderiam se orgulhar de mim: pelas minhas notas na escola, meus feitos profissionais, pela família que construí. Pensei que poderia proporcionar a vocês uma aposentadoria saudável, pensei que poderia proporcionar a vocês presentes e viagens.

Foi quando percebi que persistir com essa fantasia seria impraticável. Como posso sequer pensar em retribuir a vocês em termos financeiros, de prestígio, ou até mesmo profissionais e familiares? Como posso sequer comparar isso à própria vida que me proveram?

Perceber isso me fez relaxar.

Me fez realizar que eu nunca poderei retribuir a vocês tanto quanto fizeram por mim. Que a própria vida, presente do universo onde vocês foram o meio, é a maior dádiva que alguém poderia presentear um ser humano.

A vida é a melhor escola que existe para desenvolver o espírito em virtudes e valores, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.

Mamãe, papai: eu agradeço, eu os amo, do fundo do meu coração!

Hoje pude realizar que dentro da minha alma já residem todas as virtudes e valores que eu toscamente buscava no mundo. Foi a coisa mais linda perceber que eu já as recebi, de graça, por vocês!

Antes, era um homem sedento por poder, prestígio, fama e riqueza. Era carregado por uma força de pura ingratidão, que me impulsionava a ser o melhor, aonde quer que seja, não importava o que aconteça.

Eu conseguia me ver parecido com vocês, mas não conseguia aceitar que havia herdado tantos defeitos!

Nesse desespero, busquei no mundo novos espelhos, novos modelos. Busquei relacionamentos, fama, poder, riqueza, terapias, livros e práticas porque não aceitava vocês, exatamente do jeito que são.

Existia um pequeno curto circuito dentro de mim, uma falha no amor que fluía por vocês: eu não deixava esse amor passar por inteiro, tinha medo dele.

Foi nesse momento que me perdi.

Quando não pude amá-los e acolhê-los dentro de mim, exatamente do jeito que são, tampouco pude amar a mim mesmo.

A vida parecia dura, rigorosa e exigente demais, parecia uma roda sem fim. Parecia que eu não daria conta. Só de pensar nisso meu peito dói.

Lembro que quando mais jovem fiquei meses em outro país buscando trabalho, incapaz de pensar como seria voltar para casa e encarar vocês. Tentei de todos os jeitos provar o meu valor…. em vão. Nada parecia dar certo.

Eu era impulsionado por uma força egóica poderosa, mas que carregava um vazio danado. Ao não reconhecer vocês, tampouco fui capaz de reconhecer as virtudes e valores da pátria amada, do país que hoje chamo de lar.

Era tão cego que não pude enxergar que vocês são perfeitos para mim, exatamente do jeito que são.

A vida é sábia, e me fez entender essa perfeição por caminhos um tanto tortuosos, bem diferentes do que tinha imaginado!

Foi um processo lindo. Aos poucos, fui percebendo que uma das maiores virtudes que posso cultivar está em honrar a presença de vocês, dentro de mim.

O que me deram é perfeito, exatamente do jeito que é. Sem tirar nem por.

É exatamente o que preciso e exatamente o que mereço para prosseguir em minha jornada.

Ao escrever isso, meu peito se abre e nele entra uma onda tímida e quentinha de calor. Aos poucos ela vai ganhando espaço, vai perdendo a timidez.

Ao honrar mamãe e papai que existem dentro de mim, estou pronto para aprimorar tudo aquilo que recebi de vocês: a visão detalhista e artística da mamãe, nos pequenos detalhes, a limpeza, organização e a importância de dormir cedo e aprender a relaxar. A incrível força, garra e determinação do papai, com disciplina, persistência, caridade, espiritualidade e trabalho.

Lembro de nossas viagens para a praia, um lugar mágico onde tempo e espaço pareciam não existir, e fazendo Sol ou chuva, era uma delícia de se estar.

Aprendi a importância de usar a casa como um espaço para ter a família reunida, a importância de ser justo e estar rodeado de pessoas amadas.

Reafirmar essa base pela escrita me faz pleno. Me faz potencializar os relacionamentos e meu propósito de vida... pois foi embora a necessidade de buscar algo para me completar. Sei que possuo tudo o que preciso.

Me faz enxergar um futuro lindo à frente, e colocar os dois pés no chão no aqui e agora para fazer acontecer um passo de cada vez, tim tim por tim tim.

Me faz perceber que vivo hoje uma vida extraordinária, a qual cultivo constantemente com os pequenos atos necessários.

Me faz acessar uma força tranquila, amorosa e repleta de gratidão, que faz a vida uma jornada leve, simples, divertida e equilibrada.

Graças a vocês, mamãe e papai.

Com amor do seu filho, Renato.

Seguimos.