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Como qualquer construção imaginária que precisa de crenças para existir, o mundo do empreendedorismo também tem as suas próprias “leis”.

Hoje separei uma delas para explorar melhor:

“você é a média das 5 pessoas que convive”

Com certeza você já deve ter ouvido essa expressão. Essa frase foi dita por Jim Rohn que iniciou sua carreira profissional como almoxarife na Sears tornando-se, posteriormente, um grande empreendedor e palestrante motivacional.

Por experiência própria lhe digo que esse é um dos caminhos mais rápidos para a infelicidade que existe, se você não ficar atento.

Ao deixar essa nova crença rodar no seu sistema, você pode entrar em um estado de ansiedade e profundo descontentamento aonde quer que esteja, pois, perceba, nunca vão existir 5 pessoas que estejam à altura do que você busca enquanto você não encontrar contentamento dentro de você.

Principalmente hoje, onde é possível ver o que as pessoas que admira estão fazendo a cada momento.

O que estamos “vendo” e assimilando com nossas mentes não é senão o 0.0001 % do que conhecemos. o restante é pura construção mental.

<“como assim, construção mental?” />

Para ilustrar isso melhor, vamos fazer um estudo imaginário, com Catarina:

Catarina tem 24 anos e mora com sua mãe, Cida. Mora apenas por morar, pois elas mal falam “oi” e “tchau”.

Seguidora fervorosa da nova onda do empreendedorismo, fez todos os cursos de design thinking, gestão da inovação, canvas, oratória, coisa e tal….

Ela acorda todos os dias elegendo quem são as pessoas que estão ao seu redor com cautela, afinal todos os seus “gurus” do empreendedorismo falam para ela que ela é “a média das 5 pessoas que convive”.

Sua nova amiga, Camila, é com certeza uma delas. Ela fica eufórica em perceber quanto elas são parecidas e podem prosperar um futuro juntas.

Desde que se conheceram, há 3 semanas atrás, não conseguem pensar em outra coisa senão abrir uma nova empresa e serem sócias.

A descoberta de algo novo todos os dias sobre a outra pessoa faz com que Catarina admire cada vez mais sua amiga nova.

Com Camila, Catarina teve que tirar sua mãe de seu círculo. Afinal, agora o que interessa é essa coisa nova: geração Y, empreendedorismo, prosperar financeiramente, abundância, tecnologias exponenciais, tá ligado?

Vamos enxergar com nossos super poderes hackers como está a mente de Catarina nesse momento:

<banco de dados: relações >

Cida (mãe):
tempo de conexão: 24 anos
quanto Catarina conhece Cida: 14 %
quanto de Cida a mente de Catarina construiu: 86%

Camila:
tempo de conexão: 0,06 anos
quanto Catarina conhece Camila : 0.035 %
quanto de Camila a mente de Catarina construiu: 99,965%

( sim, nós somos seres infinitos, impossíveis de se mensurar. os números estão aqui apenas para ajudar a contar a estória ;D )

Conforme o tempo passa e as duas vão se conhecendo melhor, Catarina começa a perceber que talvez a Camila não seja essa pessoa foda e especial que sua mente havia construído.

Catarina descobriu que Camila também procrastina, também tem seus medos e anseios, que ela também tem suas imperfeições e inseguranças.

Antes que seja tarde demais e que isso prejudique sua ideia milionária, Catarina se afasta de Camila, pois percebe que talvez ela não seja o “Steve Jobs” que ela precisa como sócia.

E, com o círculo “incompleto”, Catarina fica desesperada e volta à busca de achar alguém para preencher essa “nova vaga” na caixinha da “você é a média das 5 pessoas que mais convive”, enquanto a relação com sua mãe vai ficando cada vez pior….

< moral da estória />

o vício da busca pelo novo pode nos fazer esquecer de buscar o “novo” dentro do “velho” que pode ser a chave para resolver os nossos problemas.

Por exemplo nas relações, como acabamos de ver:

Conforme a relação se aprofunda, começamos a conhecer aquele 1% sombrio da outra pessoa, que não gostamos de olhar.

E é justamente aqui que mora uma oportunidade incrível de nos trabalharmos: enxergar o que existe dentro de nós que não aceitamos, para depois partir para a aceitação de verdade.

Como tudo nessa vida, tenha consciência e cuidado ao eleger as crenças que vão rodar no seu sistema.

< não adianta você sair da “caixinha” das “9 as 17” para entrar na outra caixinha do “empreendedorismo”.

Perceba que você vai continuar limitado,  só vai mudar de caixinha. />

Para você filosofar nessa semana, fica meu convite para você revisitar suas relações antigas (amigos, familiares…. o que quiser) e, ao invés de se afastar delas, tentar aprender com elas ;D